Por Alline Nunes Andrade
As atividades do último sábado (17/10/09) no Arte foram iniciadas com a seguinte pergunta feita aos alunos: “Qual é o lugar que a música ocupa na vida de cada um de vocês? Pensando, por exemplo, no seu quarto, qual é o lugar que a cama ocupa? É a maior parte do espaço do quarto ou a cama não fica tão central assim, como se fosse um colchonete que, após ser usado, é imediatamente guardado?”
1. Pensando na analogia entre cama e música, a primeira coisa que podemos destacar é se a cama é composta por um colchão disposto em um móvel permanente no quarto ou se se trata de um colchonete fino, dobrável que, durante o dia, fica escondidinho em algum canto. Sendo uma cama propriamente dita, ela está lá, não dá para escondê-la.
2. Sendo mesmo uma cama tradicional, o espaço ocupado por ela é certamente grande; sua utilização fica restrita à cama, isso sem falar quando colocamos sapatos ou caixas embaixo dela, ou até mesmo uma cama auxiliar. Do contrário, se a pessoa quiser usar aquele espaço para um jogo, por exemplo, ela teria que tirar a cama do quarto, teria que liberar aquele espaço, considerando um quarto pequeno. Os alunos do Arte tirariam a cama do quarto para se divertirem com algum tipo de jogo? Eles responderam que não, que se o desejo fosse jogar algum jogo, bastava a pessoa ir para outro lugar, procurar um espaço apropriado para isso.
3. E, por fim, mas não menos importante, qual seria a preferência de cada um? Diariamente, descansar em uma cama ou em um colchonete? “Em uma cama!” foi a resposta unânime. E óbvia, é claro. Dormir em um colchonete é até uma diversão se isso for esporádico, mas não é assim que funciona se esse movimento for realizado todos os dias... Adquirimos dores na coluna, mal estar, não dormimos direito... Uma tragédia.
****
Voltando, então, à pergunta: “Qual é o lugar que a música ocupa na vida de cada um de vocês?”, acrescentamos a seguinte: “Ela ocupa o lugar de uma cama ou de um colchonete?”
Os integrantes do Arte entenderam e não titubearam: a música ocupa um lugar central em suas vidas. É relevante. E é algo por que vale a pena se dedicar.
Foi assim que conversamos sobre a importância de mantermos o desejo de sermos realmente bons naquilo que fazemos. E, uma vez escolhida a música como objeto de paixão e como forma de se sentir realizado, faz sentido se dedicar a um estudo mais formal da música.
Perguntamos, em seguida, “o que vocês acham de realizarmos aulas de leitura de música? Vocês já se imaginaram lendo uma partitura?”. A resposta não poderia ter sido mais gratificante. Não houve quem dissesse o contrário: seria o máximo ler uma partitura!
Com essa consulta, planejamos as estratégias de implantação de uma oficina de leitura de música, na qual a musicografia Braille será coadjuvante. Sim, coadjuvante! Alunos que têm e os que não têm deficiência visual estarão juntos nesse processo. E o melhor é que os professores do Arte sem Limites darão início a um estudo do Sistema Braille e, posteriormente, da musicografia Braille, para que implantemos mais essa atividade. Tudo isso com a anuência dos alunos. Eles concordaram com essa ideia: vamos todos aprender juntos!
Daí novas perguntas podem surgir, mas talvez a principal delas seja: por que isso não foi implantado antes, já que o Arte existe há quatro anos?
Simplesmente porque hoje o Arte está mais maduro, mais coeso e as relações são estabelecidas entre pares, entre pessoas que se respeitam mutuamente e que sabem que cada um tem um papel relevante no sucesso deste projeto. Antes, por faltar essa identidade, não daria para implantar essa oficina. Não mesmo!
Deixaremos de lado os recursos de áudio? De forma alguma. Não somos favoráveis a um recurso apenas. Afinal, somos um projeto inclusivo e, assim sendo, estamos dispostos a interagir com a maior diversidade possível. Possível porque a cada dia vamos aprendendo um pouquinho mais e nos tornando mais aptos a lidar com novas diferenças.
Agora é torcer e trabalhar muito! O desafio já está sendo grande!
1. Pensando na analogia entre cama e música, a primeira coisa que podemos destacar é se a cama é composta por um colchão disposto em um móvel permanente no quarto ou se se trata de um colchonete fino, dobrável que, durante o dia, fica escondidinho em algum canto. Sendo uma cama propriamente dita, ela está lá, não dá para escondê-la.
2. Sendo mesmo uma cama tradicional, o espaço ocupado por ela é certamente grande; sua utilização fica restrita à cama, isso sem falar quando colocamos sapatos ou caixas embaixo dela, ou até mesmo uma cama auxiliar. Do contrário, se a pessoa quiser usar aquele espaço para um jogo, por exemplo, ela teria que tirar a cama do quarto, teria que liberar aquele espaço, considerando um quarto pequeno. Os alunos do Arte tirariam a cama do quarto para se divertirem com algum tipo de jogo? Eles responderam que não, que se o desejo fosse jogar algum jogo, bastava a pessoa ir para outro lugar, procurar um espaço apropriado para isso.
3. E, por fim, mas não menos importante, qual seria a preferência de cada um? Diariamente, descansar em uma cama ou em um colchonete? “Em uma cama!” foi a resposta unânime. E óbvia, é claro. Dormir em um colchonete é até uma diversão se isso for esporádico, mas não é assim que funciona se esse movimento for realizado todos os dias... Adquirimos dores na coluna, mal estar, não dormimos direito... Uma tragédia.
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Voltando, então, à pergunta: “Qual é o lugar que a música ocupa na vida de cada um de vocês?”, acrescentamos a seguinte: “Ela ocupa o lugar de uma cama ou de um colchonete?”
Os integrantes do Arte entenderam e não titubearam: a música ocupa um lugar central em suas vidas. É relevante. E é algo por que vale a pena se dedicar.
Foi assim que conversamos sobre a importância de mantermos o desejo de sermos realmente bons naquilo que fazemos. E, uma vez escolhida a música como objeto de paixão e como forma de se sentir realizado, faz sentido se dedicar a um estudo mais formal da música.
Perguntamos, em seguida, “o que vocês acham de realizarmos aulas de leitura de música? Vocês já se imaginaram lendo uma partitura?”. A resposta não poderia ter sido mais gratificante. Não houve quem dissesse o contrário: seria o máximo ler uma partitura!
Com essa consulta, planejamos as estratégias de implantação de uma oficina de leitura de música, na qual a musicografia Braille será coadjuvante. Sim, coadjuvante! Alunos que têm e os que não têm deficiência visual estarão juntos nesse processo. E o melhor é que os professores do Arte sem Limites darão início a um estudo do Sistema Braille e, posteriormente, da musicografia Braille, para que implantemos mais essa atividade. Tudo isso com a anuência dos alunos. Eles concordaram com essa ideia: vamos todos aprender juntos!
Daí novas perguntas podem surgir, mas talvez a principal delas seja: por que isso não foi implantado antes, já que o Arte existe há quatro anos?
Simplesmente porque hoje o Arte está mais maduro, mais coeso e as relações são estabelecidas entre pares, entre pessoas que se respeitam mutuamente e que sabem que cada um tem um papel relevante no sucesso deste projeto. Antes, por faltar essa identidade, não daria para implantar essa oficina. Não mesmo!
Deixaremos de lado os recursos de áudio? De forma alguma. Não somos favoráveis a um recurso apenas. Afinal, somos um projeto inclusivo e, assim sendo, estamos dispostos a interagir com a maior diversidade possível. Possível porque a cada dia vamos aprendendo um pouquinho mais e nos tornando mais aptos a lidar com novas diferenças.
Agora é torcer e trabalhar muito! O desafio já está sendo grande!