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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Saindo do forno: stop motion e mais canto-coral!

Imagem: Personagem "Pingu", em massa de modelar

Olá, amigos! Passado o recesso, eis que chega o momento de informarmos a vocês sobre as últimas boas novas!!


A primeira delas é que retornamos às aulas do Arte, aos sábados, neste dia 07/08/10.


A segunda boa nova é... implantamos a oficina de Stop Motion (ou Animação). Vamos combinar que a primeira aula foi de uma animação total! Estávamos todos empolgadíssimos! Contamos, para isso, com a atuação voluntária de Ana Carolina Poubel e Andreia Cristina Carvalho. As duas são formadas em Design Gráfico, pela Ufes. Andreia é figurinha conhecida já que ela é responsável pelo design gráfico do “Registro das Melhores Práticas” do Arte. Ana Carolina conheceu o Arte participando de uma sessão de fotos que organizamos no Centro Musical e, ao término da sessão, fui bombardeada por Ana que tinha mil e um planos para com o Arte. Enfim, animação para essa dupla é o que não falta.

De fato, fomos bem inspirados quando batizamos o projeto de “Arte sem Limites”. Esse nome nos permite uma variedade de propostas. Vocês acreditam que até Artes Marciais já me foram sugeridas para a grade de atividades do Arte? Mas isso é assunto para outro momento... Já basta uma nova oficina... Agora, vamos ver no que vai dar... Stop Motion envolve elaboração de um roteiro, desenho, modelagem, fotografia, edição... trocando em miúdos: um MEGATRABALHOEMEQUIPE!!! E para isso, contamos com a maturidade dos nossos maiores voluntários: os alunos do Arte.


No projeto piloto de Stop Motion, usaremos, primordialmente, massa de modelar. Por isso, massinha neles, equipe! Brincadeiras à parte, acreditamos que com a massinha é possível modelar os personagens, o que favorece não apenas ao desenvolvimento do senso estético dos alunos, como também a tomada de consciência, por meio do tato, em torno desses personagens modelados por parte dos alunos com deficiência visual. Sem falar no estímulo à coordenação motora fina, o que possivelmente será comemorado pelos fisioterapeutas de alguns dos participantes da oficina.


Optamos por fazer uma integração entre a oficina de Poesia e Stop Motion. O principal motivo para esta integração é o fato de que as mensagens das poesias trabalhadas no Arte são claramente compreendidas pelos alunos de Poesia. As poesias são escolhidas e interpretadas pelos próprios alunos, que também estudam aspectos filosóficos e históricos culturais que podem ter inspirados os autores. Esse estudo profundo favorece a elaboração do roteiro das primeiras animações. Quem sabe, futuramente, não teremos o repertório do coral em animação?


Posso adiantar o seguinte: esta primeira animação fará parte da comemoração de 5 anos do ASL. Quanto à poesia escolhida, isso são outros 500! Só indo ao aniversário do Arte para conferir (14/10/10, às 20h, no teatro do Sesi - Jd da Penha, Vitória-ES).


Por fim, para darmos conta de, em apenas oito sábados, finalizar o espetáculo de 5 anos, considerando as aulas de Teclado, Violão, Canto, Coral, Poesia, Teoria Musical e Stop Motion, realizaremos as aulas até as 12h20. Essa alteração no horário também influencia na redução de tempo para o lanche, que passa de 30 minutos para 20 minutos. Assim, o coral terá início às 10h50 e terminará às 12h20, para que possamos ter 1h30 de trabalho de canto-coral intensivo.

Lembramos que a alteração do horário foi feita com a anuência dos participantes do Arte. Todos os envolvidos sugeriram horários diferentes e, por esta razão, precisamos realizar uma votação. Assim, a opção mais votada é a que valerá no período de preparação para o espetáculo comemorativo aos 5 anos do Arte.


Vamos rever o horário, então? Tomem nota:


8h às 9h40 – Aulas de Instrumentos e Canto Individual
8h30 às 9h40 – Aulas de Poesia e Stop Motion
9h40 às 10h30 – Aulas de Teoria Musical
10h30 às 10h50 – Intervalo para lanche e interação social
10h50 às 12h20 – Aulas de Canto-Coral


O resultado vai valer a pena!


Os alunos, voluntários, profissionais e parceiros, bem como visitantes, fiquem atentos a essas boas novas, tudo bem?

Para saber sobre Stop Motion, veja o video a seguir:



Abraços,


Alline Nunes Andrade
Coordenação Geral do ASL

terça-feira, 30 de março de 2010

"Pano pra manga II: Antes e Depois"





Vocês devem se lembrar de um texto publicado aqui no Blog sob o título “Pano pra manga I: O que é poesia?”. Naquela ocasião, eu compartilhava com vocês a definição que os alunos da oficina de Poesia do “Arte sem Limites” apresentaram sobre o nosso objeto de estudo (poesia). Não só de estudo, mas também de contemplação.



Eu prometi dar sequência a esse assunto. Como promessa é dívida, vamos ao que interessa. Com vocês, “Pano pra Manga II: Antes e Depois”.


Antes, lembremos um pouco como essa história começou. Perguntamos aos alunos de poesia como eles definiam a poesia. Também quisemos saber o que eles pensavam a respeito da poesia, antes e depois de integrarem esta oficina.


Quanto à definição, demos destaque, em “Pano pra manga I”, à fala de uma jovem aluna que considera a poesia “uma boa maneira de se aprender algo mais na vida”. Lembramos ainda de outra jovem que associa a poesia tanto aos seus sentimentos quanto ao seu “amadurecimento em relação aos objetivos e modo de ver as coisas”. Outros alunos consideraram que a “poesia permeia a vida”, que é uma “verdadeira expressão dos sentimentos”, “que deveria ser como o iodo” presente no sal, portanto vital.


A inspiração desses alunos ao responder nosso despretensioso questionário não parou na primeira pergunta... Surpreendemo-nos com as respostas às perguntas “antes de participar da oficina, o que você pensava a respeito de poesia?” e “hoje, como você se sente em relação à poesia?”.

Vejam... Essas são perguntas que nos remetem a pensar no tempo, tão complexa dimensão. Podemos falar em tempo chronos, relativo à sequência de eventos, uns antecedendo outros... Mas também podemos nos referir a tempo kairos, que fala de um momento oportuno em que algo especial acontece.


Assim, nas perguntas sobre o antes e o depois, inevitavelmente pensamos na sequência de eventos, mas também somos meio que tomados pela onda de lembranças dos tantos momentos oportunos em que um entendimento especial, algo que não se explica bem, invade as oficinas de poesia.


Para alguns alunos, antigos admiradores de poesia, não houve mudança abrupta, para outros a transformação íntima foi crucial. Para todos, o resultado foi enriquecedor.


Uma aluna diz: “eu sempre gostei desse tipo de texto, porque já tinha certo conhecimento do mesmo”. Em relação a como ela se sente hoje, ela reconhece que “com as nossas aulas, meu conhecimento e minha compreensão dos textos poéticos aumentaram. Sinto que tive uma melhora na recitação por estar exercitando esta atividade”.


No mesmo grupo de admiradores antigos, está um jovem que sempre viu poesia como uma coisa sagrada, uma coisa que revira a alma, inquieta, futuca a mediocridade humana. Sempre intuí isso. Hoje, nas oficinas, esse sentimento ficou mais forte, principalmente após declamar ‘Soneto de Fidelidade’ chorando. Logo eu que pareço tão controlado. Mas não me envergonho disso. A poesia é uma força da natureza em ebulição e eu apenas mais um, digamos, ‘humano’”.


Em contrapartida, para quem notamos uma mudança abrupta, a poesia era vista como uma “brincadeira, que era só pegar o papel, ler e sair falando. Pensava que era a coisa mais ‘infantil’ que existia”. Para essa jovem, a poesia foi capaz de influenciar a sua maneira de levar a vida. Em suas palavras, “hoje em dia eu me sinto uma pessoa mais de bem com a vida, a poesia me trouxe outro olhar em relação a sentimentos, a ter minha própria opinião e a escutar os outros também, mas principalmente a como agir”.


Outra jovem apresenta uma ideia parecida a respeito de como ela concebia poesia, que diz: achava que eram apenas versos que rimavam porque era isso que eu entendia sobre a poesia. Hoje eu me sinto bem melhor porque descobri que não são apenas versos que rimam. Para mim, tudo o que aprendo aqui eu levo para o meu dia a dia e tenho a paz. Isso é muito bom para mim.”


Vamos combinar que para nós que não tínhamos grandes aspirações em relação à Oficina de Poesia, no momento de sua implantação, receber essas revelações faz com que esses momentos (tanto durante as aulas de poesia quanto agora em que apenas rememoramos) sejam kairos, sejam especiais. Não se trata, portanto, apenas de chronos, que envolve uma atividade continuada, uma certa causalidade em relação ao melhor fazer. Mas trata-se também de kairos.


Enfim... Falta muito mais a dizer... Falta mencionar a maneira como essa atividade é trabalhada. Quanto a isso, decidiremos (eu e os alunos) se cabe postar no Blog ou se essas informações serão deixadas para compor o conteúdo de nosso “Manual das Melhores Práticas” (o manual é o meio que encontramos para registrar o método de trabalho do Arte. Ele está quase pronto!). Vocês também podem opinar, nos ajudando a decidir, tudo bem?


Para encerrar, aquela jovem que disse sentir-se em paz com a poesia em sua vida, ainda quis dizer mais, em resposta à pergunta “Você deseja falar algo mais que não foi perguntado? O quê? Por quê?”. Eis sua resposta:


“Sim, como me senti em uma apresentação. Porque, para mim, esse é o melhor momento. Depois de todo o trabalho, eu senti que estou preparada para mostrar tudo isso para o público. A responsabilidade de vestir a camisa e representar esta oficina me deixa um pouco nervosa, mas quando penso no poeta e o que os versos que rimam querem dizer, me sinto tranquila e segura do que vou fazer. Foi aí que eu descobri que a arte de viver é realmente sem limites”.


...


Até mais!



Alline Nunes Andrade
Coordenação Geral – Arte sem Limites
Responsável pela oficina de Poesia

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Manhã Feliz... Noite Feliz!


Foto: Almir Neto


Que o conceito de felicidade é muito pessoal, não há como negar... Mas podemos reconhecer algo que valha a pena para boa parte das pessoas: contemplação do belo, harmonia de vozes em um belo coral, surpresa e contentamento provocados por quem menos se espera...

Foi assim no início desta semana...

Era um domingo, pela manhã.... 06/12/09! Dia V organizado pela Vale que mobilizou mais de 5 mil voluntário no Peru, em Moçambique e no Brasil. Fomos convidados a apresentar a nossa música na Choupana da AERT. Que bela acústica! Cantamos sem auxílio de microfones e a harmonia foi tamanha! Estava quente, não havia um público muito grande... mas ficamos todos felizes... Aquele era o local e o momento certo!

Dois dias depois, em 08/12/09, foi inaugurada a Árvore de Natal da Rede Gazeta. Estivemos lá na Praça dos Namorados, apreciando essa árvore. Ela - a árvore - tinha 20 m de altura e foi composta por uma estrutura transparente que será preenchida por bolas coloridas depositadas por visitantes da Praça dos Namorados.  Esses desejos serão escritos nas bolas, simbolizando o que cada um aspira na vida. O resultado disso é uma árvore que agrega os sonhos de todos. E, por ser transparente, esses "sonhos" ficam visíveis a todos que passarem pela Praça, até o dia 06/01/10.

Após a abertura do evento, o coral "Arte sem Limites" fez mais uma participação especial, ao som de "É preciso saber viver", com o solista Carlos Alexandre, "Um feliz natal", "Noite feliz" e "Happy Day". A última música contou com a participação do solista mirim Bruno Fonseca e o querido amigo Manoel Peçanha Nascimento. E, ainda, apreciamos a declamação de poesias de Thiago de Mello e Mario Quintana entre uma música e outra.
O resultado desta apresentação você pode conferir assistindo ao video da inauguração da Árvore de Natal da Rede Gazeta, transmitido pelo Bom dia ES de 08/12/09. Basta clicar no link abaixo:

http://wm.globo.com/webmedia/windows.asx?usuario=gazetaes&tipo=ondemand&path=/tvgazeta/bomdiaes_091209_05.wmv&ext.asx


Para saber mais sobre o Dia V:
http://voluntariosvale.org.br/blogs/65825/posts/5555

Para saber mais sobre a Árvore de Natal da Rede Gazeta:
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/12/574144-rede+gazeta+inaugura+rvore+de+natal+da+praca+dos+namorados.html

domingo, 15 de novembro de 2009

Mãos à massa!

Texto: Alline Nunes Andrade

Não é aula de culinária, nem nada que se relacione a isso. É claro que fazemos o nosso lanchinho nesse curto período em que temos para nos dedicarmos aos estudos. Conversamos, trocamos dúvidas e... colocamos a mão na massa!

Demos início ao grupo de estudos em Musicografia Braille. Para isso, a equipe de profissionais do ASL participa de atividades que envolvem a compreensão do Sistema Braille, seus conceitos e combinações de pontos.

Depois das reflexões iniciais sobre o Sistema, fomos ao quadro que, por coincidência, é quadriculado, facilitando a reprodução das celas Braille.

 
Foto: Profª Suellen escreve uma palavra em Braille na lousa.



É claro que a escrita à tinta é totalmente diferente da escrita em Braille. Como a leitura em Braille é feita em relevo, da esquerda para a direita, é importante termos a noção espelhada da palavra no momento de grafarmos... bem ao sabor das brincadeiras de criança quando escrevem as palavras de trás para frente.

Brincadeiras à parte, embora nosso momento de estudos seja cheio de descontração, estamos levando o Sistema Braille bem a sério. Compreender como funciona o mecanismo de escrita em Braille só seria possível fazendo. Então, a segunda tarefa de nossos estudos foi escrever os nossos próprios nomes usando uma reglete (equipamento usado para a escrita Braille).

Bem dizia Adélia Prado que “O que a memória ama fica eterno”. Então, por que não converter o próprio nome, que nós já amamos, para o Sistema Braille? Nada poderia ser mais pessoal do que isso.

Estamos felizes com as descobertas... A escrita de trás pra frente, a “borracha” que apaga os erros em relevo, os nossos nomes a serem lidos pelos dedos...

Que venham os próximos encontros de estudos!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

De cama e música à leitura de partitura!

Por Alline Nunes Andrade













As atividades do último sábado (17/10/09) no Arte foram iniciadas com a seguinte pergunta feita aos alunos: “Qual é o lugar que a música ocupa na vida de cada um de vocês? Pensando, por exemplo, no seu quarto, qual é o lugar que a cama ocupa? É a maior parte do espaço do quarto ou a cama não fica tão central assim, como se fosse um colchonete que, após ser usado, é imediatamente guardado?”




1. Pensando na analogia entre cama e música, a primeira coisa que podemos destacar é se a cama é composta por um colchão disposto em um móvel permanente no quarto ou se se trata de um colchonete fino, dobrável que, durante o dia, fica escondidinho em algum canto. Sendo uma cama propriamente dita, ela está lá, não dá para escondê-la.

2. Sendo mesmo uma cama tradicional, o espaço ocupado por ela é certamente grande; sua utilização fica restrita à cama, isso sem falar quando colocamos sapatos ou caixas embaixo dela, ou até mesmo uma cama auxiliar. Do contrário, se a pessoa quiser usar aquele espaço para um jogo, por exemplo, ela teria que tirar a cama do quarto, teria que liberar aquele espaço, considerando um quarto pequeno. Os alunos do Arte tirariam a cama do quarto para se divertirem com algum tipo de jogo? Eles responderam que não, que se o desejo fosse jogar algum jogo, bastava a pessoa ir para outro lugar, procurar um espaço apropriado para isso.

3. E, por fim, mas não menos importante, qual seria a preferência de cada um? Diariamente, descansar em uma cama ou em um colchonete? “Em uma cama!” foi a resposta unânime. E óbvia, é claro. Dormir em um colchonete é até uma diversão se isso for esporádico, mas não é assim que funciona se esse movimento for realizado todos os dias... Adquirimos dores na coluna, mal estar, não dormimos direito... Uma tragédia.

****

Voltando, então, à pergunta: “Qual é o lugar que a música ocupa na vida de cada um de vocês?”, acrescentamos a seguinte: “Ela ocupa o lugar de uma cama ou de um colchonete?”

Os integrantes do Arte entenderam e não titubearam: a música ocupa um lugar central em suas vidas. É relevante. E é algo por que vale a pena se dedicar.

Foi assim que conversamos sobre a importância de mantermos o desejo de sermos realmente bons naquilo que fazemos. E, uma vez escolhida a música como objeto de paixão e como forma de se sentir realizado, faz sentido se dedicar a um estudo mais formal da música.

Perguntamos, em seguida, “o que vocês acham de realizarmos aulas de leitura de música? Vocês já se imaginaram lendo uma partitura?”. A resposta não poderia ter sido mais gratificante. Não houve quem dissesse o contrário: seria o máximo ler uma partitura!

Com essa consulta, planejamos as estratégias de implantação de uma oficina de leitura de música, na qual a musicografia Braille será coadjuvante. Sim, coadjuvante! Alunos que têm e os que não têm deficiência visual estarão juntos nesse processo. E o melhor é que os professores do Arte sem Limites darão início a um estudo do Sistema Braille e, posteriormente, da musicografia Braille, para que implantemos mais essa atividade. Tudo isso com a anuência dos alunos. Eles concordaram com essa ideia: vamos todos aprender juntos!

Daí novas perguntas podem surgir, mas talvez a principal delas seja: por que isso não foi implantado antes, já que o Arte existe há quatro anos?

Simplesmente porque hoje o Arte está mais maduro, mais coeso e as relações são estabelecidas entre pares, entre pessoas que se respeitam mutuamente e que sabem que cada um tem um papel relevante no sucesso deste projeto. Antes, por faltar essa identidade, não daria para implantar essa oficina. Não mesmo!

Deixaremos de lado os recursos de áudio? De forma alguma. Não somos favoráveis a um recurso apenas. Afinal, somos um projeto inclusivo e, assim sendo, estamos dispostos a interagir com a maior diversidade possível. Possível porque a cada dia vamos aprendendo um pouquinho mais e nos tornando mais aptos a lidar com novas diferenças.

Agora é torcer e trabalhar muito! O desafio já está sendo grande!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

"Deu um branco no Cantares 2009! 'Y otras cositas más!"

Por Alline Nunes Andrade




Carlos Alexandre e o "Arte sem Limites" cantam "É preciso saber viver!" no Cantares 2009. Foto: Rita de Cássia Ferreira da Silva.



Deu um branco!

Essa sensação de ter esquecido todo o repertório é incrível! Foi assim em nossa participação no Cantares 2009, pelo menos comigo. Com os outros integrantes do Arte, nem tanto...

Foi no dia 09/10/09, às 20h, no Teatro Universitário da UFES. Antes de abrirem as cortinas, o branco já estava lá, impiedoso! Eis que chega o feliz momento de encarar a plateia, observar a regência da Hellem, deixar se levar pela melodia e, é claro, soltar a voz, que era o que todos estavam esperando. Desse jeito, não tem "branco" que resista...

Começamos a cantar ao som do pandeiro de Mafriedy Dutra e do teclado com Fabíola Bortolozzo que, juntos, tocaram "Vejo Flores em Você!", de E. Scadurra, adaptada por Hellem Pimentel. Em seguida, entoamos o "Hino da Vitória", de Eduardo Santos.

Então, José Carlos abriu mão de seu posto no náipe dos baixos, apenas momentaneamente, e caminhou ao centro do palco, ao som do back vocal cantado pelo coral que anunciava a melodia de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso (http://www.youtube.com/watch?v=gMzpe9ynijA).

Os versos de Vinícius de Moraes, em "Soneto de Fidelidade", foram recitados por José Carlos que acabou se emocionando... não teve jeito, ficou sem voz por alguns segundos... A plateia compreendeu que não era esquecimento, não era despreparo... (Imagine o que é recitar uma poesia que começa com "De tudo ao meu amor serei atento...". Os versos assumem outro significado quando recitamos para uma plateia sedenta como aquela... Plateia e coral se tornaram cúmplices de imediato!)

Antes mesmo que José Carlos retornasse ao seu posto, Hellem ergueu sua batuta imaginária, o que fez com que cantássemos a bela "Aquarela do Brasil", com arranjos de Alain Pierre. Foi a nossa completa declaração de amor a um país pelo qual ainda vale a pena cantar.

Por fim, ou melhor, "semifim", se me permitirem, Cora Coralina se fez presente por meio de Eliane Cândido e Ingrid Araújo que recitaram "Aninha e suas pedras", convidando os presentes a recriarem suas vidas, continuamente...

Afinal, "É preciso saber viver!", como dizem Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Carlos Alexandre brilhou ao cantar essa música, cujos arranjos e adaptação são de Hellem Pimentel. A plateia cantou junto, bateu palmas, assobiou e pediu "Mais um!".

Por essa a gente não esperava... não mesmo! Vou confessar: não tínhamos preparado um bis! Sabíamos que a programação estava repleta de talentos que viriam depois de nós e não podíamos ir além do tempo reservado ao "Arte sem Limites".

O que fazer?

Agradecemos ao público e, em seguida, Bruno Fonseca se posicionou ao centro do palco para encerrar a nossa participação com "Oh! Happy Day!". Bem... Preciso dizer mais alguma coisa?!

Nos bastidores, após a apresentação, tinham novatos do coral meio tontos sem acreditar muito no que aconteceu... Afinal, é bom partilhar esses momentos, sermos aplaudidos por "mãos anônimas", por pessoas de quem alguns de nós só percebeu a silhueta... Que, de fato, os aplausos sejam merecidos!



É o que veremos na próxima apresentação.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Essa plateia merece um “Bravo!”

Por Alline Nunes Andrade



Vibrante!

Essa foi a sensação ao cantarmos no IX Congresso e XII Encontro Nacional Gestalt-Terapia, realizado no Centro de Convenções de Vitória, em 19/09/09.

Apresentamos músicas do nosso repertório, como “É preciso saber viver!” e “Vejo flores em você!”. Também tivemos a oportunidade de apresentar um belo arranjo do Tema da Vitória, música que era comumente executada nas saudosas manhãs de domingo, quando o nosso querido Ayrton Senna fazia a alegria de todos os brasileiros pelas tantas vezes em que foi campeão ao redor do mundo.






Poesias foram recitadas entre uma música e outra...



“Oh! Happy Day!” cativou a todos os presentes com o pequeno solista Bruno. Mas o melhor mesmo foi a vibração da plateia!
“Mais um, mais um!!!”

E, para o nosso deleite, cantamos novamente...
E foram tantos aplausos calorosos....
Tantos assobios estridentes...
Sorrisos e algumas lágrimas discretas de alegria...

“E as pessoas pensam que quem tem deficiência não possui talento... que quem tem deficiência deveria ficar em casa assistindo TV!” – confessou-me, em particular, uma entusiasta que aplaudia na plateia.

“Quem canta, os males espanta!” E espanta mesmo. Espanta os males do desânimo, do preconceito, do comodismo...

Que vivamos outros tantos momentos como esse!

Bravo! Aquela plateia merece um “Bravo!”

sábado, 15 de agosto de 2009

Pano pra manga I: O que é poesia?





"A poesia é tudo aquilo que passa em estado de pureza e sem alteração do coração para as palavras." (Jacob Grimm)





Ah, a poesia!... Uma hora só dela.
Sábado, uma das primeiras atividades de estudo da manhã.
(Curioso pensar em estudo quando se fala em poesia...)
Do que falamos? Com quem falamos?
Falamos com pessoas para quem poesia é uma novidade, uma reminiscência, algo a ser descoberto, algo a ser lembrado.

Nesse grupo de estudo e sentimento, reúnem-se pessoas comuns.
Umas que vêm, outras que vão e voltam, e ainda aquelas que estão sempre ali...
Duas meninas-adolescentes-melhores-amigas.
Uma mulher-poetisa.
Dois rapazes-cativos-da-poesia.
(Curioso pensar em alguém “cativo-da-poesia”! Nada como ser cativo de algo que liberta!)


O que é poesia para essas pessoas?


A menina-adolescente-loira, melhor-amiga da menina-adolescente-morena diz:
“poesia para mim é uma arte. Porque é nela que aprendi a entender sentimentos, como me expressar e a falar de uma forma que todos entendam. É uma boa maneira de se aprender algo mais na vida. Poesia é também trabalhar a mente”.

A sua melhor-amiga, aquela menina-morena de quem eu falei há pouco, considera:
“poesia para mim é crescimento, porque através dela eu conheço muitos poetas, histórias e meu sentimento desenvolve através da meditação da poesia. Não só o meu sentimento, mas meu amadurecimento em relação aos objetivos e modo de ver as coisas”.


(Curioso como para nossas meninas-adolescentes-melhores-amigas a poesia se reveste de plano de vida, um olhar para o futuro, projeções de si num tempo vindouro... projeções que passam por compreensão dos sentimentos, por meditação...)


E o que diz a mulher poetisa?
Que poesia é a verdadeira expressão dos sentimentos, é também a forma como o autor vê o mundo/vida e da sua experiência no mesmo”.
Ser quem eu sou perpassa aquilo que faço e dá sentido (ou não) à vida. Então, como seria possível o poeta se esconder em sua poesia? Ele é a própria poesia...

E o que dizem os rapazes-cativos-da-poesia?
Para um deles “... a poesia permeia a vida; é como uma linda embalagem que envolve este presente tão valioso e frágil, que é a vida. Sem poesia viver seria insuportável, e mesmo com esse ‘monstro’ da vida moderna (?), lá está ela, ‘a poesia’, presente em nosso cotidiano em coisas simples, até porque ela traveste-se de simplicidade naturalmente. Para resumir, vejo poesia como religião, nosso elo com Deus. É possível viver sem Deus?”


O outro "cativo-da-poesia" destaca:
“Poesia para mim é vida, é sonho, é arte. É você brincar com as palavras. É você expressar o seu sentimento, o seu amor, carinho. É você tentar ir além das palavras. É um meio de se expressar na sociedade. Poesia é cultura. Poesia é jornalismo. É um meio de comunicação. Poesia deveria ser como o iodo está presente no sal. É algo vital. É uma coisa necessária para a vida. Sem a poesia, as pessoas podem não conseguir os seus objetivos. A poesia é inerente, como o ar que respiramos. Ela é necessária para saber viver, saber falar. A poesia tem feito eu pensar de maneira diferente.”


Sabe?
Fico pensando se o que falta em pessoas com a pretensão de estarem desconectadas da arte não seria essa disposição em “desembrulhar” a vida com a cautela de quem pretende guardar o papel colorido e a fita delicada do presente para outros momentos...
Volto, portanto, ao primeiro ponto curioso desse texto...

Estudar poesia.
Estudar remete ao sabor do saber, àquela sensação intransferível de prazer quando descobrimos alguma coisa até então impensada...
A solução pode estar no entendimento do que representam as palavras meticulosamente colocadas em uma poesia e na permissão à vazão dos sentimentos que vem delas...
A poesia é sentimento, é trabalhar a mente, é ver o mundo com os olhos do outro e de si, é o papel de seda e o laço de fita que envolvem a vida.
E os outros pontos curiosos desse texto?
Tomara que tenham ficado claros ou, pelo menos, sentidos...

E eu ainda nem apresentei as outras respostas que tive desses alunos "personagens" sobre a poesia...
Isso é pano para outras mangas...

Alline Nunes Andrade.


(Texto elaborado com base em respostas obtidas dos alunos da oficina de poesia, no Projeto “Arte sem Limites”, sobre questões referentes a conceitos, sentimentos e metodologia de ensino da poesia.)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Participação do ASL no Cantares 2008






O Arte sem Limites (ASL) participou do Cantares 2008, realizado no Teatro Universitário da UFES, emocionando a todos os presentes. Um dos pontos altos da apresentação foi a interpretação da música "Oh! Happy Day!" pelo solista mirim Bruno Fonseca. Essa música tem feito parte do repertório do ASL desde o início de sua trajetória e tornou-se o hino do grupo. Não há como não se emocionar!

A participação do ASL no Cantares 2008 pode ser conferida no link: http://www.youtube.com/watch?v=QuoDUcj6Q1s

domingo, 24 de maio de 2009

O que acontece no ASL?

Este projeto acontece semanalmente, nas instalações do Centro Musical do Leonardo Da Vinci, nas manhãs de sábado, de 8h às 12h. As atividades realizadas são:


8h às 9h40: oficina de teclado, violão, sopros (flauta doce) e animação quadro a quadro (stop motion);
9h40 às 10h30: teoria musical;
10h30 às 11h: intervalo para o lanche e interação social
11h às 12h: canto coral


As oficinas de teclado e violão são realizadas, respectivamente, pelos professores Suellen Peroni e Juliano Zamprogno. A oficina de sopros, com implantação do estudo da flauta doce, será iniciada em 2011 com a atuação voluntária do músico Ubirajara Neto.

Recital de Teclado - Gabrielle e profª Suelen Peroni


Nessas oficinas, os professores desenvolvem atividades específicas para o aprendizado dos instrumentos, uma vez que, entre os alunos, contamos com pessoas com deficiência visual, o que implica em novas formas de promoção da aprendizagem. Além disso, os conceitos trabalhados na oficina de Teoria Musical deverão ser consideradas no conteúdo programático das aulas de instrumentos, de modo a promover integração entre os conhecimentos trabalhados.



Recital de Violão - Jean (E), Sara, Jonas e o prof. Juliano Zamprogno


A oficina de poesia, realizada por Alline Andrade, estimula a interpretação de textos elaborados por poetas brasileiros e sua aplicação no cotidiano, bem como o estudo sobre a biografia desses autores, desenvolvimento da sensibilidade e habilidade de expressão.



Carol e Jerdes recitam "Mãos Dadas", de Carlos Drummond de Andrade

A oficina de animação quadro a quadro (stop motion) é realizada desde agosto de 2010 com a atuação voluntária de Ana Carolina Poubel e Andreia Cristina Carvalho. Stop motion é um termo da língua inglesa que significa movimento parado. É uma técnica de animação quadro a quadro que consiste na combinação sequencial de um conjunto de fotos que, quando alinhadas, geram a ilusão de movimento. A oficina conta com a participação de alunos com e sem deficiência e estimula o desenvolvimento da sensibilidade, noção de forma, espaço e cores, entre outras habilidades artísticas.


As atividades que envolvem todo o grupo de alunos são as de teoria musical e canto coral. Na teoria musical, os professores de música se revesam a fim de trabalhar com os alunos conceitos musicais necessário ao reconhecimento, leitura e grafia musical. Essa oficina teve, como precursor, o  músico José Benedito que, durante 2008 e 2009, realizou atividades de apreciação musical, nas quais os alunos eram estimulados a acessar conhecimentos culturais que não eram favorecidos pela mídia, bem como não faziam parte do cotidiano dos alunos. Atividades como aprender a ouvir música de orquestra, bem como de estilos musicais diversos, compreender e identificar instrumentos musicais incomuns aos alunos, conhecer a biografia de grandes compositores da música no Brasil e no mundo e refletir sobre como os fatos sociais interferem na produção intelectual e artística foram uma preparação ao trabalho com Teoria Musical. A oficina de Teoria Musical foi implantada em 2010 com o intuito de trabalhar noções de percepção rítmica e melódica e símbolos de notação musical. Para esta oficina, tem sido necessária a produção de material adaptado ao ensino da música, bem como o estudo de Musicografia Braille.



No canto coral, regido pela maestrina Hellem Pimentel e, a partir de 2011, pelo pianista Marcos Andrade, os alunos integram os conhecimentos desenvolvidos nas oficinas de teclado, violão, sopros, poesia e stop motion, compartilhando, dessa forma, sua evolução em cada área de atuação, aprendem a utilizar a respiração em favor do canto, desenvolvem ritmo, identificam melodias e aprendem a afinar suas próprias vozes, separadas por diferentes naipes (soprano, contralto, tenor, baixo). Além desses elementos, as atividades em conjunto estimulam a tomada de consciência do próprio corpo quanto ao uso do palco, estabelecimento de contato com o público, expressão corporal e projeção de voz.



É muito bom ser ASL. Venha passar uma manhã de sábado conosco!



Alline Andrade
Coordenação Geral - ASL