quinta-feira, 24 de junho de 2010

O conhecimento transforma vidas: Musibraille no ES!

Foi realizado o I Curso de Musicografia Braille e Musibraille do ES, nos dias 21, 22 e 23/06/2010, pela Phylarmonia Arte e Cultura, com apoio da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames).


Convidamos a professora Dolores Tomé (DF) e o professor Antonio Borges (RJ) para nos ensinarem Musicografia Braille e Musibraille. Os nomes desses professores são valiosos quando falamos em Musicografia Braille. Expliquemos: a professora Dolores tornou-se uma das maiores conhecedoras e divulgadoras de Musicografia Braille e educação musical para cegos no Brasil, além de coordenar o projeto Musibraille; o professor Antonio Borges é responsável pela criação do Dosvox, Braille Fácil, Motrix e Microfênix, todos softwares desenvolvidos no Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ, gratuitos e com o propósito de promoverem acessibilidade digitral a pessoas com deficiência motora e visual. Em parceria com a Dolores Tomé, o professor Antonio Borges desenvolveu o software Musibraille, em que é possível transcrever partituras para a Musicografia Braille.

Creio que o curso deveria ter sido filmado, pelo menos que o primeiro e último dia tivessem sido. No primeiro dia, estavam todos os alunos inquietos com o Sistema Braille. Como fazer para entender os 6 pontos Braille e, ainda, como aplicá-los na grafia musical?

Foram três dias de trabalho intenso e dedicação e no terceiro dia quanta surpresa! Os alunos já tinha produzido a transcrição de 24 músicas em Braille e, como se isso não bastasse, estavam lendo uma partitura em Braille! As músicas já estão disponíveis na Musicoteca do Projeto Musibraille.



Ao término do evento, foi composto um comitê de Musicografia Braille que será responsável por se manter em constante comunicação com o Projeto Musibraille, disseminando este conhecimento no estado do ES. Fazem parte do comitê: Dalila Carletti, Hudson Eleotério, João Machado, Manoel Peçanha Nascimento, e Suelen Peroni.

Além disso, o diretor-geral da Fames, sr. Edilson Barboza, declarou a sua felicidade em ver o curso sendo realizado com tanto sucesso, demonstrando o interesse da instituição em cooperar com a disseminação do curso de Musicografia Braille na comunidade interna da Fames (alunos e professores), assim como nas cidades do interior do Espírito Santo.

Promover a acessibilidade a pessoas com deficiência é permitir que a sua atuação em qualquer espaço ocorra tranquilamente, como deveria ser para qualquer pessoa. O conhecimento transforma vidas! E assim vamos aprendemos que Musicografia Braille não é nenhum bicho de sete cabeças!

Avante!

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Para ver mais fotos, acesse: Projeto Musibraille - Registro fotográfico


Allline Nunes Andrade
Coordenação Arte sem Limites

É preciso saber o que dizem os números! “Canta Brasil” 2010

Recentemente, enviamos um convite sobre o “Canta Brasil”, espetáculo beneficente realizado nos dias 21 e 22 de junho, às 20h, no Teatro Sesi – Jd da Penha, Vitória-ES.

Aqui estamos nós envoltos em pequenas contas... Vejamos:

170 crianças +
30 jovens +
9 professores +
5 profissionais de bastidores +
4 voluntários +
3 músicos convidados +
1 profissional de limpeza +
1 empresa de balões +
1 teatro +
4 ônibus +
2 vans +
400 lanches +
14 hinos +
1 coreografia +
5 músicas populares +
2 poesias +
569 expectadores =

Aplausos e mais aplausos na 1ª Edição do “Canta Brasil”!




Mas os números precisam ser interpretados... A importância deles não está necessariamente na quantidade, como acreditam muitos, e sim nos processos que vivenciamos para chegarmos até eles. Portanto, sabemos que:

170 crianças = meninos e meninas, entre 8 e 12 anos, que encontraram na “Academia de Ensino”, do Programa Vale Música, um espaço de alegria, sonhos e realização desses sonhos... um espaço de valorização e descoberta dos próprios talentos, em que, embora muitos não vivam uma vida de criança como normalmente desejamos, é possível se mostrar como uma pessoa de valor, em quem vale a pena investir todos os esforços.



30 jovens = pessoas a partir dos 12 anos até a idade em que for bem vinda a arte, de todos os jeitos, que vêem com os olhos do corpo assim como com os da alma, que andam com as próprias pernas ou com o auxílio de rodas, que entendem as coisas como entende a maioria ou têm um jeito muito peculiar de ver o mundo, que encontraram no “Arte sem Limites” um espaço no qual o céu é o limite da arte: arte-poesia, arte-canto, arte-instrumento, arte-gente.



9 professores = jovens empreendedores que ainda confiam no potencial do ser humano, 4 da “Academia de Ensino Vale Música” e 5 do “Arte sem Limites”. Por confiarem nesse potencial, se colocam também como alunos, como iguais, porque cada um tem algo a ensinar ao outro. Os alunos da “Academia de Ensino” e do “Arte sem Limites” se tornam professores dos professores e ensinam a resiliência. Trocando em miúdos, esses alunos ensinam aos professores, como superar as dificuldades da vida. Em contrapartida, esses professores relembram aos alunos, por meio da arte, que esses possuem um estado original de excelência.

5 profissionais de bastidores = dois grandes amigos que sonharam com tudo isso, pelo menos há 10 anos, e viram o resultado concreto de seus sonhos agitando o palco do Teatro Sesi. Por ser comum acontecer com grandes líderes, estes ficaram nos bastidores: um deles resolveu que seria útil fotografar tudo o que via, desde os camarins ao palco; o outro coordenou o som na cabine, acompanhado por um técnico de som. Ainda, uma profissional deu suporte aos projetos sociais, cuidou do agendamento e decoração do teatro, bem como da bilheteria e a outra preparou o material informativo sobre os projetos e recebeu os tíquetes na entrada no teatro.

4 voluntários = um designer gráfico que, generoso, se responsabilizou pela arte do cartaz do evento. Contamos ainda com a participação de duas jovens estudantes do Centro Educacional Leonardo da Vinci que se encantaram com a possibilidade de dedicarem seus sábados ao “Arte sem Limites”, assim como aos eventos durante a semana, foram as responsáveis por expor e esconder o palco aos olhos da plateia. E, ainda, uma designer que, cheia de ideias artísticas na cabeça e boa vontade no coração, foi assistir ao evento com os olhos de quem planeja atividades nobres a serem oferecidas aos artistas da noite.

3 músicos convidados = jovens talentosos na arte de tocar música brasileira que harmonizaram a apresentação, acrescentaram ginga e ritmo, tornando o evento ainda mais brilhante, sob a regência das maestrinas.

1 profissional da limpeza = alguém que, por descuido, não sabemos o nome, mas que estava a postos para deixar os bastidores agradáveis. Os artistas da noite se prepararam, se dedicaram, se cobraram continuamente, alguns não dormiram, outros ficaram em êxtase e houve quem, sem explicação clara, passasse mal. Foi inevitável procurarmos a moça da limpeza que, prontamente, nos socorreu.

1 empresa de balões = instituição que aplicou o seu conhecimento a tornar o palco colorido, mantendo a simplicidade e que, além de oferecer seu serviço, ofereceu sua paciência, compreensão e disponibilidade.

1 teatro = único em Vitória que oferece um palco acessível a pessoas com deficiência, detalhe importante considerando que, em um dos projetos, existem pessoas com deficiência que vieram para o lado das coxias, assim como se tornaram alvo dos refletores.

4 ônibus + 2 vans + 400 lanches = logística necessária para transportar os artistas da noite, iniciando esse trajeto desde muito cedo, para que todos estivessem no teatro com 1h30min de antecedência. Não somente foram os primeiros a chegar como os últimos a sair e, para tanto, não apenas o transporte era necessário, como também o lanche.

14 hinos + 1 coreografia = homenagem das crianças da “Academia de Ensino” ao esporte mais amado pelos brasileiros, celebrando os hinos de 12 times brasileiros. Esses times resumiam uma paixão nacional e nada melhor para demonstrar essa paixão do que interpretar o Hino Nacional ao som de violinos. Especialmente nessa época do ano, queremos que o Hino Nacional seja tocado até perdermos a conta, afinal é Copa do Mundo e não será nada mal acumularmos mais um título. Assim, a homenagem se encerrou com o hino da Copa do Mundo e a coreografia mais realizada por torcedores na África do Sul.

5 músicas populares + 2 poesias = homenagem do “Arte sem Limites” aos cantos do Brasil. Relembramos Chiquinha Gonzaga, com o seu “Abre Alas”, que canta o nosso desejo cotidiano de abrir espaços por onde queremos passar. Cantamos o baião de Luiz Gonzaga, que diz que uma vida mal vivida pode ser amarga “Qui nem jiló”. Entendemos, então, que Drummond aconselha a que sigamos de “Mãos dadas” por esta vida, a vida que vivemos hoje. Só assim mesmo para cantarmos o “Tema da Vitória”, tema que embalou tantas tardes de domingo e nos faz lembrar de um grande brasileiro que carregava o nome de nosso país como sobrenome. Em forma de poesia, lembramos Gonzaguinha ao perguntar “O que é, o que é” a vida... O Brasil também foi cantado nos versos de uma aquarela famosa composta por Ary Barroso. E ainda dissemos à plateia que “É preciso saber viver”... não só dissemos, como ouvimos a plateia cantar... não somente a plateia cantou, como também as 170 crianças que estavam sentadinhas no palco nos fizeram emocionar. Imagine um grande coro imprevisto: eis o que tivemos no “Canta Brasil”!

569 expectadores = 350 pessoas, entre familiares, amigos e anônimos que se encantaram com a possibilidade de celebrar o Brasil com brasileiros que fazem a diferença + 219 pessoas envolvidas na realização do evento, umas tantas da “Academia de Ensino” e as outras do “Arte sem Limites”, além dos músicos, profissionais e voluntários, que tiveram a oportunidade de se reunir e ver de perto o fruto de seu trabalho cotidiano. 569 pessoas que aplaudiram e reaplaudiram e reaplaudiram, felizes, realizadas, presenteadas!

Os aplausos aconteceram em diversos momentos, mas teve um especial: ao fim do espetáculo, coordenamos as 200 vozes no palco para cantarmos “Canta Brasil”, de Alcir Pires Vermelho e David Nasser. A alegria desse momento deve ser repetida! Esperamos que em 2011 tenhamos um novo “Canta Brasil” e que você também esteja lá!



Não entraram nessa conta os parceiros e apoiadores... Falar sobre eles dá o que falar! Como medir o apoio incondicional deles? Como falar da delicadeza com que essas instituições abraçam os projetos sociais “Academia de Ensino” e “Arte sem Limites”? A própria realização do evento, liderada pela Phylarmonia Arte e Cultura, com o apoio da Associação Pró-Vidas Transplantes, atesta essa verdade. Centro Educacional Leonardo da Vinci, Instituto Sincades, Vale Música, Calmon’s Locações de Vans, sintam-se abraçados e ternamente agradecidos.













Cordialmente,

Alline Nunes Andrade
Coordenação “Arte sem Limites”

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Semana que promete!!



A próxima semana promete! Acontecerão dois eventos importantes para o Arte: o primeiro Curso de Musicografia Braille e Musibraille promovido no ES e o evento beneficente “Canta Brasil”.

I CURSO DE MUSICOGRAFIA BRAILLE E MUSIBRAILLE DO ES

Será uma maratona para o ASL. Primeiramente, os professores do Arte virarão alunos (condição permanente no Arte, não é mesmo?). Não é muita novidade o fato de que no Arte aprendemos mais do que ensinamos, sem falsa demagogia, mas o que nos chama a atenção é a possibilidade de estudarmos Musicografia Braille com profissionais renomados no assunto: Dolores Tomé e Antonio Borges.

Há algum tempo, informamos no Blog que a equipe do Arte estava se preparando para trabalhar a oficina de Teoria Musical recorrendo à Musicografia Braille. Quando iniciamos os estudos, estudamos o livro “Introdução à Musicografia Braille”, de Dolores Tomé, para compreendermos as primeiras noções. Com o tempo, vimos que teríamos a necessidade de um curso mais intensivo e, assim, entramos em contato com a professora Dolores. Receptiva, a professora sugeriu que o curso abrangesse um número maior de beneficiados e, ainda, que contássemos com a participação do professor Antonio Borges, do criador de softwares que promovem acessibilidade, como o já conhecido Dosvox e o Musibraille (http://intervox.nce.ufrj.br/musibraille/).

Fazer um curso maior não é tão simples assim... Os projetos que propomos realizar no Arte têm um planejamento e um orçamento prévio... como modificar de tal maneira a proposta do curso?


Com uma nova proporção, a Phylarmonia Arte e Cultura passou a organizar diretamente o evento, de modo que os professores do Arte sem Limites e do Vale Música pudessem ser beneficiados, mas ainda assim não seria suficiente. Até então, nós já havíamos buscado vários parceiros para a realização desse curso – parceiros que pudessem oferecer um laboratório de informática com uma impressora Braille instalada e em pronto funcionamento. A fórmula acabou sendo mais simples do que imaginávamos: curso de maior abrangência = à parceria com a Fames.

Como a Faculdade de Música do Espírito Santo passou a fazer parte desta fórmula?

A Fames está criando um núcleo de Musicografia Braille e, ao saber da realização do curso, demonstrou-se totalmente receptiva e entusiasmada. Assim, além de oferecer o espaço, a Fames ainda se colocou à disposição para auxiliar na organização e divulgação do evento, bem como a custear despesas que não estavam previstas para um curso com maior abrangência.

Parcerias têm dessas magias... No início, seríamos quatro pessoas a participar de um curso menor... convidaríamos a professora Dolores ou levaríamos os professores para o Núcleo de Musicografia Braille da Escola de Música de Brasília-DF. Agora seremos 25 profissionais envolvidos no curso, interessados em conhecer Musicografia Braille e aplicar esses conceitos ao nosso cotidiano profissional, sob a orientação da professora Dolores Tomé em parceria com o professor Antonio Borges. 

O "I Curso de Musicografia Braille e Musibraille do Espírito Santo" acontecerá nos dias 21, 22 e 23/06/2010, das 8h às 18h, na Faculdade de Música do Espírito Santo.

Realização:

   



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